Vejam que história interessante
sobre a cunhagem de moedas para circular dentro de um leprosário.
A história foi contada por Luis
Claudio Fritzen, de Florianópolis (SC), no Boletim Informativo 54 de agosto de
2006, da ASSOCIAÇÃO FILATÉLICA E NUMISMÁTICA DE SANTA CATARINA.
No dia 11 de março de 1940, na
região da grande Florianópolis, o presidente Getúlio Vargas inaugurou a
“Colônia Santa Tereza”, destinada a recolher os leprosos catarinenses. O local
era conhecido como Fazenda e estava situado no interior do município de São José
- atualmente, em área pertencente ao município de São Pedro de Alcântara, face
à sua emancipação.
Havia um pequeno comércio no
interior da Colônia Santa Tereza. Nada saía sem controle oficial. Ora, para
existir comércio era necessário numerário, e como não podia haver a circulação
do dinheiro nacionalmente vigente, foi idealizada a fabricação de outro
dinheiro, somente para uso local. Essa idéia permitiria o não manuseio do dinheiro
vigente, evitando-se, assim, que a doença se espalhasse mais facilmente. Por isso,
não é de se estranhar a existência de numerário próprio. O pedido da feitura
desse dinheiro foi efetuado à Siderúrgica Eberle, da cidade de Caxias do Sul,
RS.
Foram encontrados cinco
exemplares desse dinheiro, com valores faciais de 1.000, 500, 300, 200 e 100
Réis. No reverso, todas apresentam as iniciais C.S.T., com os pontos em ligeiro
declive para a direita.
1.000 RÉIS
Espessura – 1.120 μ; Peso – 4,4
gramas; Diâmetro – 2,7 cm
500 RÉIS
Espessura – 980 μ; Peso – 3,36
gramas; Diâmetro – 2,5 cm;
300 RÉIS
Espessura – 950 μ; Peso – 2,66
gramas; Diâmetro – 2,3 cm
200 RÉIS
Espessura – 900 μ; Peso –2,5 gramas; Diâmetro – 2,3 cm
100 RÉIS
Espessura – 850 μ; Peso – 1,7
gramas; Diâmetro – 2,0 cm
REVERSO:
Idêntico para todos os exemplares.
Hoje, tais moedas são
comercializadas, geralmente, em séries completas, com os cinco exemplares.
Quando encontradas avulsas, são mais raras aquelas de 300 Réis, talvez por terem
sido as mais utilizadas no interior do leprosário, exatamente o valor do
ingresso no cinema.
Leia na íntegra em
http://www.afsc.org.br/boletins/boletim54/boletim54.pdf